MASP

ESTUDOS
CRÍTICOS

Em diferentes dias da semana, de modo presencial ou on-line, o MASP Escola oferece os cursos de Estudos Críticos, módulo que aborda tópicos específicos da cultura contemporânea. Cada curso tem duração mínima de 8 horas, ou quatro aulas de duas horas cada uma.
De programa intensivo, o módulo tem como objetivo ser um espaço de debate sobre as intersecções entre a arte e as questões políticas e sociais de peso na atualidade. As aulas também transitam pelos assuntos propostos pelos ciclos temáticos que pautam o programa de exposições do museu a cada ano.
A matrícula pode ser feita de maneira independente em cada um dos cursos.

Sallisa Rosa, Sem título, da série Resistência, 2017-19, acervo MASP

Interpretações de Brasil em trânsito: arte e conhecimento trans reconfigurando o pensamento social

com Lux Ferreira Lima
6.6 – 4.7.2024 | ONLINE
19H – 21H

De que modo produções intelectuais e artísticas trans podem apresentar contra-narrativas a interpretações acerca da realidade social brasileira? Como arte e crítica social situadas, implicadas, podem se mesclar de modo a reagir a uma história e a um cenário de precarização de existência, de políticas de inimizade e de empreitadas de morte social e extermínio? O curso buscará enfrentar tais perguntas gerais a partir de obras de ativistas, artistas e intelectuais trans que nos últimos anos têm se dedicado a nomear enquadramentos da realidade social, propor estratégias de intervenção e resistência, e instituir outros horizontes imaginativos. 

 

Beatriz Milhazes, Avenida Paulista, 2020, acervo MASP

Música na Ditadura: loucura, transgressão e repressão

com Bento Araujo
5.6 – 10.7.2024 | online
19H – 21H

O curso propõe uma viagem de descoberta por um universo ainda pouco explorado da música brasileira, analisando as origens de diversos subgêneros musicais que aconteciam longe dos holofotes e obras fonográficas fundamentais que são cultuadas no exterior, mas que continuam negligenciadas no Brasil. A partir daí iremos mergulhar nas trajetórias de artistas e bandas que expandiram a mente em nome da arte, no contexto da ditadura militar (1964-1985) no país. O curso tem como objetivo apresentar essas diversas facetas sonoras do Brasil e discutir os paradoxos entre a música livre, audaciosa e transgressora produzida sob a mira do preconceito.

Eustáquio Neves, Sem título, da série Memória Black Maria, 1995, acervo MASP

Fotografia na África e Diáspora – Máscaras e Identidades

com Mônica Cardim
4.6 – 9.7.2024 | ONLINE
17H – 19H30

O curso propõe uma reflexão acerca das marcas estéticas e éticas africanas na fotografia realizada na África e na Diáspora desde o século 19 até a contemporaneidade. Trata-se de analisar a história da fotografia negra considerando-a um diálogo entre as pessoas retratadas e as retratistas, ou segundo Peter Magubane, “uma ponte entre máscaras e identidades”. Parte-se da compreensão de que a fotografia é um instrumento de poder e o estúdio fotográfico é local de produção de conhecimento para discutir os usos feitos pelo ativista Frederick Douglass, o pai de santo Juca Rosa, a retratista Mama Casset, o fotojornalista Peter Magubane, o artista visual Eustáquio Neves, entre outros agentes históricos.

 

Jean-Honoré Fragonard, Retrato de Elisabeth-Sophie-Constance de Lowendahl, condessa de Turpin de Crissé, 1958, acervo MASP

Retratos de um museu: representação e representatividade

com Carlos Eduardo Riccioppo
5.6 – 10.7.2024 | ONLINE
19H – 21H

Quem são aquelas pessoas, mulheres, homens, crianças? Por que algumas de repente nos encaram tão diretamente, e outras, absortas, parecem desviar tão resolutamente o olhar de nosso escrutínio? De surgimento recente relativamente à história mais tradicional da arte, o gênero “retrato” se oferece como ocasião privilegiada para se observar de que maneira a arte vai abrindo lugar para a indagação da subjetividade, primeiro, na exaltação de indivíduos célebres, mas, a seguir, às portas da modernidade, em um profundo questionamento acerca de quem se representa em uma pintura e do porquê tais representações se exibem, e não outras. Um passeio pelos retratos de um museu é sempre uma ocasião pública de interrogação dos problemas da representatividade em arte.

 

Sonia Gomes. Gustavo Silvestre, Vestido 4, 2020, Doação dos artistas, coleção MASP Renner, 2020.

Roupa de artista: diálogos entre moda e arte

com Brunno Almeida Maia
9 – 25.5 | ONLINE
19H – 21H30

Por ocasião da exposição Arte na moda: MASP Renner, o curso tem como objetivo geral expor e comentar o conceito moderno de moda relacionando-o com as noções de arte na modernidade e no modernismo. A partir de vasta bibliografia filosófica, sociológica, historiográfica e iconográfica, trata-se de analisar as relações entre a moda, a arte e o design presentes nos trabalhos de movimentos e artistas que pertenceram às vanguardas modernistas do século 20. 
No último encontro, será realizada uma visita guiada pela exposição Arte na moda: MASP Renner, conduzida pelo docente. 

 

Dora Longo Bahia, Campo e contracampo (Presidente do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand e 11 de junho de 2013), 2017.

Museus e dever de memória: como confrontar histórias difíceis?

com David Ribeiro
2 – 30.5.2024 | ONLINE
19H – 21H

Que papel os museus podem desempenhar no esforço coletivo de não deixar cair no esquecimento histórias difíceis? Mais do que isso, o que os museus devem fazer para abordar essas histórias e confrontar as permanências que tornam esse passado uma presença constante especialmente no cotidiano de grupos sociais minorizados, como as populações negras e indígenas, as mulheres e as pessoas LGBTQIA+? Esse curso busca abordar algumas experiências museais locais ou de fora do Brasil para responder a essas questões, enfatizando práticas curatoriais, artísticas, educacionais e científicas em conjunto.

 

Djanira da Motta e Silva, Vendedora de flores, 1947, acervo MASP, doação Orandi Momesso, 2015.

Viver nas ruínas do neoliberalismo: desafios e possibilidades

com Jainara Oliveira
8.5 – 26.6.2024 | ONLINE
19H – 21H30

Este curso parte da seguinte pergunta: pode-se viver bem em um mundo em ruínas? Ao fazermos essa questão, deparamo-nos com uma paisagem complexa e perturbadora: trata-se de um mundo em que as condições diferenciais de precarização da vida arruinam modos de relações e colocam-nos diante do desafio de nos abrirmos para a possibilidade de vivermos o presente espesso sem, contudo, sucumbirmos ao desespero e à indiferença. Mas o que resta deste mundo, afinal? Ao vasculharmos essas ruínas, veremos como a forma de vida neoliberal tem produzido uma maneira específica de experienciarmos a felicidade e o sofrimento. São essas as questões que movem as aulas desse curso. 

 

Laboratório de Observação

com Juliana Ferrari Guide
23.5 – 20.6.2024 | ONLINE
19H – 21H

Há muitas e diversas maneiras de se experimentar ou acessar uma obra de arte. Longe de querer esgotar o tema, o Laboratório de Observação propõe aos interessados quatro encontros em que, partindo do acervo do MASP, direcionaremos nossa atenção para aspectos formais da pintura e da escultura, e também para as escolhas que resultaram na maneira em que são apresentadas em diferentes instituições e períodos. O percurso será finalizado com uma imersão no Acervo em Transformação do MASP. 

A memória é de quem? Os ofícios de um acervo comunitário LGBT+ brasileiro

com Acervo Bajubá
25.4 – 6.6.2024 | ONLINE
19H – 21H

É possível pensar uma memória LGBT+ brasileira? Quais experiências são reivindicadas quando articulamos essa noção? O que fica silenciado nos esforços de registro e de produção de imagens e relatos? Este curso busca responder tais perguntas analisando os processos sociais de produção de memórias sobre as comunidades LGBT+ brasileiras, e questionando quais discursos e representações sobre o passado circulam na contemporaneidade, assim como quais vidas continuam silenciadas e apagadas nas tentativas de se produzir uma história LGBT+. Para tanto, o curso partirá da coleção de itens, das práticas comunitárias e dos projetos de pesquisa desenvolvidos por pessoas artistas, educadoras e pesquisadoras do Acervo Bajubá.