Público geral
5X R$ 359,80
AMIGO MASP
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*valores parcelados no cartão de crédito
O curso apresenta e analisa parte da produção artística e expositiva a partir das vanguardas do início do século 20 até os dias atuais, articulando as práticas em diferentes continentes e estimulando a revisitação desses tópicos a partir de questões de hoje. De uma perspectiva da História Social, explora as invenções e cruzamento de novas linguagens propostas por artistas, arquitetos e designers, apontando eixos que caracterizam os modernismos, seus desdobramentos e as proposições contemporâneas em diálogo com essas tradições e com seu próprio contexto, a partir, principalmente da ação do MASP como museu contemporâneo. A perspectiva não é a de uma história da arte linear e homogênea, mas a de estabelecimento de diálogos temporais entre artistas, obras, ações e abordagens. O objetivo é que cada encontro possa funcionar como uma pequena introdução autônoma à história da arte moderna e contemporânea, orientada por uma questão específica, de sua origem até seus desdobramentos posteriores. Ao final do curso, o aluno deverá ser capaz não apenas identificar a produção artística nos períodos abordados como compreender sua motivação, seus mecanismos históricos, mas também seus impasses diante de novas questões e outras, que seguem em aberto.
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IMPORTANTE
As aulas serão ministradas online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os participantes após a inscrição. O curso é gravado e cada aula ficará disponível aos alunos durante cinco dias após a realização da mesma. Os certificados serão emitidos para aqueles que completarem 75% de presença.
Aula 1 – 13.3.2025
Manifestos das vanguardas como programa de ações e festividades
As propostas das vanguardas do início do século 20 para a transformação política da sociedade por meio da arte, arquitetura e design. A estetização do mundo, a crença nas tecnologias, o cenário político europeu e as relações entre artistas e circuito artístico. Serão analisadas produções do Futurismo italiano e Dadá, considerando as experimentações de linguagem no cinema, fotografia e música e referências das vanguardas na arte contemporânea.
Aula 2 –20.3.2025
Exposições como manifestos e as artes cênicas como laboratórios
Transformação dos espaços para mudar a sociedade: arte, design, arquitetura como projeto político. Experiências das vanguardas e as práticas em artes cênicas. A revisão da categoria exposição por meio das trajetórias e propostas de Frederick Kiesler, El Lissitzky e Herbert Bayer, a partir de seus escritos e produções expositivas. Desdobramentos dessas propostas nas exposições e curadorias contemporâneas a partir de Lina Bo Bardi no MASP.
Aula 3 – 27.3.2025
Conferência de Celso Lima
Diretrizes para o design e arquitetura construtivistas nas pedagogias propedêuticas dos Vkhutemas de Moscou
Diretrizes para o design e arquitetura construtivistas nas pedagogias propedêuticas dos Vkhutemas de Moscou a partir do grupo de trabalho reunido em março de 1921 no Inkhuk, com a eleição do método objetivo como pedagogia para as disciplinas Cores, Espaço, Volume e Desenho. Com sua implementação no programa de ensino do IPO (Departamento de Preparação) e nas faculdades dos Vkhutemas, novas propostas projetuais são criadas para o design e arquitetura a partir de sua fundação em 2021 até seu fechamento em 1930. Serão apresentados projetos de Aleksei Gan, Konstantin Miélnikov, Valentin Popov, Varvara Stepanova, Aleksandr Ródtchenko, Zakhar Bikov; Vladímir Tatlin e Rogoshin; Nadiêjda Lámanova; Aleksandr Deineka e Natália Danko.
Aula 4 – 2.4.2025
Arte radical e política revolucionária: vanguardas latino americanas
Tradição muralista mexicana: povo em questão. Debates identitários na América Latina na primeira metade do século 20. A produção de algumas das vanguardas latino-americanas e a importância das revistas como pautas para a ação política: Klaxon (1922), El Machete (1924), Martin Fierro (1924), entre outras. Serão apresentadas e analisadas produções de Diego Rivera, José Clemente Orozco e David A. Siqueiros. Desdobramentos das proposições dessa tradição na arte atual.
Aula 5 – 9.4.2025
A dimensão educacional dos modernismos: Bauhaus e MoMA-NY
Bauhaus: agentes, projetos e a importância da industrialização na formação de artistas. A fundação do MoMA de Nova York: novas definições para a arte e sua exibição a partir das coleções do desenvolvimento do cubo branco e seus efeitos. A definição de museu moderno e sua dimensão educacional. Design como arte em contexto de industrialização. Serão analisadas as iniciativas da Bauhaus como Haus Am Horn e as produções das artistas do ateliê têxtil, liderado por Gunta Stölzl.
Aula 6 – 16.4.2025
Modernismos e regimes totalitários: construção e destruição
Contexto italiano e a centralidade da arquitetura moderna para propagação de nova ordem. Serão analisadas as exposições Mostra della Revoluzione Fascista (1932) e outras iniciativas de propaganda do regime. Contexto alemão e o projeto de desqualificação dos modernismos: as exposições de Arte Degenerada e Grande Exposição de Arte Alemã.
Aula 7 – 23.4.2025
Guerra Fria: arte e design em mundo dividido
Exposições com finalidades democráticas, educativas e propagandista em contexto europeu e de influência do Plano Marshall. A fundação dos museus modernos no Brasil: MASP; MAM-SP e MAM-RJ. A reconstrução da Europa: mostras itinerantes de design organizadas pelo MoMA-NY e a fundação da Documenta de Kassel.
Aula 8 – 30.4.2025
Ordem e Desordem: reconstrução, consumo e espetáculo
Reconfiguração do campo artístico após a 2ª Guerra a partir de manifestações artísticas e a crítica da nova ordem mundial e suas consequências. Novas experiências e debate sobre arte e sociedade: Internacional Situacionista, Grupo Gutai, Arte Pop, Novo Realismo, Concreto e Neoconcreto. Serão analisadas manifestações nos contextos indicados, em especial, do Grupo Gutai. Desdobramentos contemporâneos dessas manifestações.
Aula 9 – 7.5.2025
O mundo globalizado e seus impactos na produção artística: incorporação crítica de tecnologias e comunicações e o surgimento do curador independente
Algumas experiências artísticas a partir dos anos 1960 e 1970: Fluxus, Arte conceitual, Arte povera, Minimalismo. No Brasil: Tropicália e Desbunde. Surgimento da curadoria independente e suas experiências internacionais e nacionais, a partir das ações de Lucy Lippard, Harald Szeemann, Seth Siegelaub, Marcia Tucker, Frederico Moraes e Walter Zanini. Serão apresentadas exposições que articulam a produção do período conectadas às inovações no campo expositivo.
Aula 10 – 14.5.2025
Pós-Moderno, antimoderno, contemporâneo?
As revisões históricas e a consideração do campo da história da arte, arquitetura e design como estante disponível para obras contemporâneas. Feminismos como uma das primeiras revisões na história da arte em âmbito global. A produção feminista na Europa, EUA e América Latina. Serão analisadas proposições artísticas de Lynda Benglis, Valie Export, Judy Chicago, Hannah Wilke, Renate Bertlmann, Ana Mendieta, Leticia Parente, Regina Vater e Gretta Sarfaty.
Aula 11 – 21.5.2025
Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade
Globalização e questões identitárias em discussão. Exposições e práticas artísticas e as políticas de identidade: Bienal de Havana (1984), Magiciens de la Terre (1989) e Bienal da Antropofagia (1998). Serão analisadas as materialidades de cada uma, articulando obras, artistas, espaços e relações expositivas. Bienais como forma expositiva.
Aula 12 – 28.5.2025
Virada epistemológica na arte, nas exposições e em suas histórias
Experiências expositivas e artísticas a partir da virada epistemológica: Mining the Museum (1992-3), como exemplo de descolonização de uma exposição. A proposição de uma Arte indígena contemporânea: Jaider Esbell, Denilson Baniwa, Olinda Tupinambá, Carmézia Emiliano, Glicéria Tupinambá, entre outros. A reconfiguração de um circuito artístico a partir de novos agentes e debates.
Aula 13 – 4.6.2025 (quarta-feira)
Conferência de Alecsandra Matias
Mulheres, negras e (ainda mais) perigosas. A interseccionalidade na arte contemporânea, discussão dos aspectos históricos da arte brasileira por intermédio das produções de mulheres-artistas e intelectuais negras que hoje sustentam a cena artística contemporânea. Serão fomentadas reflexões sobre as transformações do feminino na história das artes visuais (da representação às autorias negras). Nesse itinerário são evidenciadas questões que envolvem a representação das mulheres negras durante o modernismo, passando pelo ativismo nas décadas de 1960 a 1990 até sua condição de protagonistas a partir dos anos de 2000.
Aula 14 – 11.6.2025
Visita ao MASP - PRESENCIAL
Visita dialogada à exposição Acervo em Transformação, observando seus eixos curatoriais e relações com o contexto de debates atuais no campo artístico e cultural. Visita ao Centro de Pesquisa do MASP.
Mirtes Marins de Oliveira é doutora em Educação: História e Filosofia e Pesquisadora Colaboradora na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (desde 2020). Coordena a Pós-Graduação em Design da Universidade Anhembi Morumbi. Foi curadora de Contra o estado das coisas – anos 70 (2014), Especular (2018), Comigo ninguém pode (2019), na Galeria Jaqueline Martins. Foi curadora de Arte para todos! Liberação e Consumo (Instituto Figueiredo Ferraz, 2016), Não um sonho (Galeria Simões de Assis, 2021), Máscaras: Fetiches e Fantasmagorias (Paço das Artes, 2021-2022) e co-curadora de Justiça de transição não é transação: a brutalidade e o jardim, no Memorial do Ministério Público – RJ (2023). Coeditou a revista Marcelina (2008-2012) e participou como autora do livro Cultural Anthropophagy: The 24th Bienal de São Paulo 1998, da coleção Exhibition Histories (Afterall, 2015). Co-organizou o livro Histórias das exposições: casos exemplares (EDUC, 2016) e é autora de The body and the opus as a witness of times, sobre o trabalho de Letícia Parente, publicado em The feminist avant-garde. Art of the 1970s (2017), de Gabriele Schor. Publicou, em 2024, o livro Gretta Sarfaty, pela Act Editora.
Alecsandra Matias de Oliveira
Doutora em Artes Visuais (ECA USP). Pós-doutorado em Artes Visuais (UNESP). Curadora independente. Professora do CELACC (ECA USP). Pesquisadora do Centro Mario Schenberg de Documentação e Pesquisa em Artes (ECA USP). Membro da Associação Internacional de Crítica de Arte (AICA). Autora dos livros Schenberg: Crítica e Criação (EDUSP, 2011) e Memória da Resistência (MCSP, 2022). Editora de Arte/História da Revista Arte & Crítica.
Celso Lima
Artista plástico, professor da história do design, tecnologia têxteis e design de superfícies, co-curador da exposição Vkhutemas, o futuro em construção (SESC Pompeia, 2018), contemplada com prêmio da APCA, e co-autor do livro Vkhutemas, desenho de uma revolução (Kinoruss, 2020). Atualmente trabalha na criação e produção de arte têxtil em variadas técnicas, laboratórios e oficinas com alunos e como pesquisador da História do design russo e soviético.